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SOBRE

Barranco Ateliê é um espaço dedicado a produção e promoção das diferentes linguagens das Artes Visuais, promovendo atividades como exposições temporárias, bate-papos, residências artísticas, dentre outras atividades.


BIO
Fundado sob o nome de Barranco no ano de 2023 em Anápolis, Goiás, o nome e a história do ateliê remontam a própria trajetória do artista e co-fundador do espaço, Valdson Ramos (1972, Formoso - GO), filho de violeiro de folias e criado no norte do Tocantins em cidades como Araguaína e Colméia, se fez pintor autodidata, dedicando-se na virada da década de 1980 para 1990 ao trabalho de letrista, pintando cartazes, faixas, fachadas e principalmente as superfícies de barrancos as margens de rodovias no interior do Tocantins, estampados com propagandas eleitorais de candidatos políticos do recém criado estado da federação. 

Valdson Ramos. Gurupi, Tocantins. 2003.

Com a mudança do artista para Goiás em 1992, sua prática como letrista desembocou na criação de seu primeiro ateliê em parceria com sua companheira Sirlene Rodrigues (1975, Anápolis), ocupando diferentes salas comerciais no centro de Anápolis até 2018. Além de ingressar como aluno da Escola de Artes Oswaldo Verano (1993-94), centro público de ensino de artes da prefeitura de Anápolis, Valdson e Sirlene ampliam o trabalho para além do letrismo e passam a realizar murais para estabelecimentos, residências, igrejas, lojas maçônicas e teatros, trabalhando também com a execução manual de cartazes e outdoors para cinemas de Anápolis em Goiânia.


Folia de Reis. 1997. Comunidade tradicional "Pé do morro", Município de Araguaina, Tocantins. 
Araguaina, Tocantins. Década de 1980.
Folia de Reis. 1997. Comunidade tradicional "Pé do morro", Município de Araguaina, Tocantins.

O ateliê da dupla abrigava tanto a produção das faixas e demais suportes de trabalho, como era o lugar dedicado as investigações pictóricas de Valdson e também ponto de encontro e convivência entre os artistas locais. Em paralelo, Valdson ingressava em Goiânia na Faculdade Artes Visuais da UFG - Universidade Federal de Goiás (2005-2008), expandido sua circulação para além dos murais e letreiros comerciais, o artista passa a exibir em espaços institucionais de Anápolis, realizando a exposição Individual "EU + O TEMPO" (2008) com curadoria de Paulo Henrique silva na Galeria Antônio Sibasolly. Posteriormente recebendo o prêmio aquisição do Salão Anapolino de Artes em 2015, o Prêmio aquisição do Salão Nacional de Arte Contemporânea de Goiás em 2022 e voltando a realizar sua segunda mostra individual na Galeria Antonio Sibasolly em 2023, intitulada "Abaixo do Sol, cima da terra".

Salão Anapolino de Arte. Galeria Antonio Sibasolly. 2015.
"Abaixo do sol, acima da terra". Valdson Ramos. Galeria Antonio Sibasolly. 2023.
"Abaixo do sol, acima da terra". Valdson Ramos. Galeria Antonio Sibasolly. 2023.
Salão Nacional de Arte Contemporânea de Goiás. 2022

Em 2018, Valdson e Sirlene mudam-se para um espaço próprio, em colaboração com Valdir Ramos, irmão de Valdson, constroem o ateliê nos terrenos esbarrancados as margens do Rio das Antas na região central de Anápolis. Espaço que em 2023 foi batizado de Barranco Ateliê a partir da colaboração da dupla com os artistas Joardo Filho e Talles Lopes.
Construção do Barranco Ateliê. Anápolis. 2018.



CONTEXTO LOCAL

A trajetória particular de cada artista no Barranco soma-se ao contexto cultural de Anápolis, que é historicamente correlacionada com a vizinhança formada por Brasília e Goiânia, nos últimos 15 anos a cidade se constituiu como um importante espaço para a manutenção do circuito de artes visuais no Centro-Oeste do Brasil, onde uma série de iniciativas civis e públicas tem promovido a profissionalização, produção, circulação e intercâmbio de artistas da região com o restante do país.

Nesse cenário destaque-se a retomada do Salão Anapolino desde 2010 pela Galeria Antônio Sibasolly, que tem viabilizado a constituição de um acervo público de arte contemporânea enfocado em artistas do Centro-Oeste, paralelamente promovendo o diálogo do contexto local/regional com artistas, curadores e críticos de outras regiões do país, ao passo que também fez da cidade um território de troca entre artistas de Goiânia e Brasília em função dos vernissages, bate-papos e oficinas da programação do Salão.

Eixo Goiânia - Brasília.

Ainda, a articulação de equipamentos públicos da cidade como a Galeria Antônio Sibasolly e o MAPA - Museu de Artes Plásticas de Anápolis somadas à articulação do curador Paulo Henrique Silva na região, desembocaram na circulação de artistas locais pelo país através de mostras voltadas à produção do Centro-Oeste. Entre elas as duas edições da mostra Dialetos (2012 e 2018), apresentadas em espaços como o MARCO - Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Campo Grande - MS), a Galeria Frei Confaloni (Goiânia) e CCSP - Centro Cultural São Paulo. Também a mostra “Conversas: Resistência e convergência” (2021-2022) exibida na Casa das Onze Janelas (Belém-PA) e no MAC Goiás, a exposição “Entre Acervos” no Palácio das Artes (Belo Horizonte - MG), dentre outros projetos.

Galeria Antônio Sibasolly.
Exposição “Entre Acervos”. Palácio das Artes. Belo Horizonte - MG
Conversas: Resistência e convergência”. MAC GO. 2021-2022
Dialetos II. CCSP - Centro Cultural São Paulo. 2018.
Dialetos. MARCO - Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul. 2012.
Sobre as instituições em Anápolis, por último destacam-se as edições do Projeto TEIA (2015 e 2018) realizado na Galeria Antônio Sibasolly e no MAPA, que promoveu uma série de oficinas práticas e teóricas de arte contemporânea possibilitando o diálogo de artistas da cidade com artistas e curadores, como Divino Sobral, Luiz Mauro, Edney Antunes, João Angelini e Zé César.

O intercâmbio local oportunizado durante as edições do TEIA, em parte, levou também à realização de exposições e projetos gestionados pelos próprios artistas nos anos seguintes, dentre eles a mostra “Percursos” (2018) no MAG - Museu de Arte de Goiânia, o “Grupo de Pesquisa Experimental em Métodos Artísticos Contemporâneos” (2018) e o curso “Fotografia Contemporânea” (2018-2019) na Escola de Artes Oswaldo Verano, frequentada por antigos participantes do projeto e ministrada pelo artista Joardo Filho, também participante do TEIA.

Assim, é nesse território de trocas culturais dentre o Centro-oeste e com o Brasil, mas também de intercâmbios locais entre Anápolis, Brasília, Goiânia e região, que o Barranco Ateliê surge como possibilidade de articulação e produção de artistas em Goiás.

Oficina "Entre quadros - O DNA da animação" com João Angelini. Projeto TEIA. Escola de Artes Oswaldo Verano. 2018.
Oficina "Entre quadros - O DNA da animação" com João Angelini. Projeto TEIA. Escola de Artes Oswaldo Verano. 2018.
oficina "Gravura em matriz de plástico" com Zé Cesar. Projeto TEIA. Escola de Artes Oswaldo Verano. 2018.



Grupo de Pesquisa Experimental em Métodos Artísticos Contemporâneos. Escola de Artes Oswaldo Verano. 2018.